segunda-feira, 5 de abril de 2010

Campanha DST/AIDS, Para Lesbicas








DST, PARA LESBICAS, OQUE É ISSO?
Bom tá ai pra quem não sabe




Para conscientizar as lésbicas e mulheres bissexuais de que sexo seguro também é papo de mulheres, o Núcleo de Lésbicas do Estruturação - Grupo LGBT de Brasília lança a campanha "Um super recado para você" que objetiva incentivar a prevenção de DST/Aids nesse público. A campanha conta com dois materiais, que seguem o modelo de cartão postal. Em ambos, há mensagens sobre cidadania e auto-estima como "Quando escondemos que somos lésbicas, omitimos o melhor de nós" e informações sobre prevenção de DST/Aids, como a importância de usar uma barreira de borracha entre a boca e a vulva no sexo oral e do uso de luvas na penetração vaginal com os dedos. A campanha integra o projeto de prevenção de DST/Aids Flores do Cerrado, financiado pela Gerência de DST/Aids do Distrito Federal.

"Ainda há muita desinformação sobre prevenção de DST/Aids entre lésbicas e mulheres bissexuais. Elas pensam que esse assunto deve ser preocupação só de gays e homens bissexuais. Com a campanha, queremos quebrar essa idéia errônea", diz Dayse Hansa, coordenadora do projeto Flores do Cerrado e do Núcleo de Lésbicas da entidade.

Como forma de reforçar a identidade lésbica e de valorizar, simbolicamente, quem contribui com a entidade, as modelos dos materiais são integrantes do Estruturação. O casal Lígia e Kátia, que posou para um postal de quatro fotos, por exemplo, vivem juntas há mais de dois anos e meio e estão em processo de adoção de uma criança.

Segundo a assessoria de imprensa do Programa Nacional de DST/Aids, “até o momento, não há registro nos bancos de dados do programa de casos de Aids transmitidos de mulher para mulher”.

Para a coordenadora geral da organização não-governamental Um outro Olhar, Miriam Martins, deve-se quebrar o mito persistente de imunidade da mulher lésbica para a Aids. “Não se deve ver a Aids como uma doença isolada. A epidemia pode infectar as mulheres lésbicas, apesar de ter uma incidência menor, mas que existe”, disse.

Esse é o caso da ativista e vice-presidente do grupo União pela Vida, Sirlene Aparecida, portadora do vírus HIV há 13 anos e namora uma mulher soro-discordante. “Tenho medo até hoje de me entregar por inteira em um relacionamento soro-discordante porque não sei até onde posso confiar nos dados do Programa Nacional de DST/Aids e de que não vou infectar ninguém”, disse. Sirlene ainda criticou o lençol de borracha, método utilizado para o sexo oral. “Ninguém tem o costume de usar, é ineficaz”.

Segundo ela, “a campanha continua sendo importante, já que a informação de que a mulher que faz sexo com mulher é vulnerável às DST é restrita”. Martins destacou que uma das páginas mais visitadas do site da organização é a cartilha “Prazer sem medo”, voltada para lésbicas, e lembrou que a primeira campanha de prevenção para elas foi realizada pela organização, em 1995. A ONG tem um trabalho inserido dentro da ótica da saúde integral da mulher. “Queremos mostrar que as lésbicas não são de outro planeta”, afirmou. “Somos totalmente esquecidas para campanhas de prevenção”, concluiu Sirlene.

BY:fasmeninas

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