sábado, 19 de junho de 2010

Mães lésbicas são vítimas de preconceitos que vêm do berço
As mulheres que articulam a maternidade com a homossexualidade tornam-se socialmente vulneráveis, visto que a sociedade considera as duas práticas como incompatíveis. Não raro, elas enfrentam uma série de pressões e se vêem forçadas até mesmo a renunciar à sexualidade ou à profissão para poder exercer o direito de educar seus filhos. Estas constatações fazem parte da pesquisa de doutoramento da cientista social Érica Renata de Souza, apresentada ao Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp. No trabalho, a especialista promoveu um estudo comparativo dos efeitos dessa articulação nas regiões metropolitanas de Campinas e Toronto, no Canadá. Embora a questão da diversidade sexual seja tratada de forma distinta nos dois países, Érica identificou pontos de aproximação entre as lésbicas brasileiras e canadenses. "De modo geral, eu diria que elas são muito corajosas por lutarem por seus direitos e desejos, independente das estratégias e dos recursos disponíveis".

Estudos tem casos de Toronto e Campinas

De acordo com a cientista social, os movimentos homossexuais têm demonstrado cada vez mais organização em todo o mundo. Entre as reivindicações mais freqüentes desse segmento aparecem questões relativas à família, ao casamento e à filiação. Dessa forma, afirma Érica, novas práticas sociais surgem à medida que ocorre a associação entre a maternidade e a homossexualidade. "Tais práticas ganham formas distintas e particulares, variando conforme o contexto sócio-cultural em que essas mulheres vivem", afirma. Em sua pesquisa, Érica tomou nove casos para análise, sendo seis deles de Campinas e três de Toronto. Por meio de entrevistas, a cientista social procurou entender os jogos de poder construídos nas relações entre as mulheres, entre elas e a lei e entre elas e a sociedade.

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